O embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, assegurou ontem que as autoridades nacionais estão “avançando rapidamente” com seus homólogos brasileiros em um “grande acordo bilateral”, com entendimentos que abrangerão pontos como o comércio – com ampliação do sistema de compensação de Importação em 180 dias – e financiamento para a construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner.

Scioli estimou que este acordo entre a Argentina e seu maior parceiro comercial significará um “impacto muito positivo” em termos de “energia, infraestrutura, integração industrial e agroalimentar”.

“Estive na posse de Lula da Silva e no encontro no dia seguinte com o presidente Alberto Fernández e o chanceler Santiago Cafiero, onde houve definições muito importantes que têm a ver com essa relação privilegiada, como ele define com a Argentina”, disse. Scioli indica em declarações de rádio.

Nesse sentido, o embaixador referiu-se à agenda comum entre os dois países e ao “grande acordo” que os dirigentes vão assinar “no próximo dia 23 de Janeiro”, data da visita de Lula da Silva ao país.

“Isso vai se transformar em um acordo binacional que está chegando, com um impacto muito positivo para as economias regionais, para a economia como um todo em termos de energia, infraestrutura, integração industrial e agroalimentar”, explicou sobre um acordo que dão um “grande enviado” à Argentina.

Da mesma forma, Scioli excluiu que “se colocou à disposição” do ministro da Economia brasileiro, Fernando Haddad, e do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, com quem se encontraram ontem. “Fui o primeiro embaixador a ser recebido e tratar rapidamente dessa pauta”, comentou.

Acrescentou que, após a posse de Lula no Brasil, “está a caminho uma grande integração energética, industrial, financeira e agro-alimentar”, porque “reunem todas as condições para dar muito” à relação entre os dois Estados. Após enfatizar que ainda está ligada às dificuldades da bilateralidade durante a presidência de Jair Bolsonaro, desde que assumiu o cargo a Embaixada tem visto uma reversão de uma relação que se encontrava no “pior momento da história”, recolocando o Brasil como o primeiro parceiro comercial. Scioli enfatizou que “o fato de os dois presidentes terem uma grande sintonia pessoal e política, e de instruirem seus ministros a avançarem nesse objetivo torna tudo muito mais fácil”, e afirmou que, embora a longo prazo o objetivo seja almejar uma moeda única, buscam imediatamente “fortalecer o sistema de pagamentos em moedas locais” com o Brasil. Com a sua instrumentação, o embaixador vai afectar que a compensação das importações passará de diária para um prazo de 180 dias, o que – explicou – “permitirá descomprimir as reservas de imediato para as importações enquanto chega a próxima colheita e termina o gasoduto “, além de possibilitar que não haja “nenhum tipo de restrição ao comércio bilateral”. A medida, que se esboça entre os bancos centrais e as carteiras econômicas dos dois países, também trará um benefício para o Brasil ao “aumentar o comércio bilateral com a Argentina”. Por sua vez, Scioli também indicou que o Brasil financiará a segunda etapa da construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) daquele país.

você pode gostar