Entre os muitos danos colaterais que a pandemia de covid causou à saúde pública, não poderia faltar sua influência – negativa – em outra epidemia: a do HIV/Aids. Segundo dados compilados pela ONG AHF Argentina, em 2022 descobriu-se que 46% dos testes de HIV positivos foram realizados em pessoas que chegaram “atrasadas” ao diagnóstico (apresentadores tardios). Um gloss atrás esse valor era melhor, estava em torno de 25% a 30%. Justamente para ajudar a reverter esse fracasso, a AHF organiza hoje à noite a 6ª edição da “Noite do Teste”, onde serão exibidos testes de HIV gratuitos, seguros e sigilosos em vinte e cinco cidades do país.

“O que aconteceu é que devido à situação da covid, muitas pessoas pararam de fazer testes. Ou faz tarde”, assegurou PERFIL o médico miguel pedrolaDiretor Científico para América Latina e Caribe na ONG especializada AHF Argentina. E acrescentou: “Segundo as estatísticas oficiais, estima-se que detectamos entre 83 e 85% dos portadores do HIV na Argentina. E o objetivo, para acabar com a epidemia, é chegar a 95% dos casos”. Claro, o “último” grupo é o mais complexo identificar e atender.

Justamente para poder fazê-lo corretamente é preciso, segundo Pedrola, trabalhar com estratégias inovadoras para atingir as chaves dos grupos sociais onde a prevalência desta infecção está acima da média. Por exemplo, homens que fazem sexo com homens, transgêneros, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis, etc. Mas também existem grupos de “risco” mais baixo, mas que não têm acesso fácil aos testes simplesmente por questões geográficas, por exemplo, por estarem longe de um centro de saúde que oferece testagem anónima gratuita e posterior aconselhamento. Para isso, as ONGs organizam esse “Noite”.

Na Argentina, mais de 23 mil pessoas têm HIV e não sabem

Buscando potencializar essa oferta e ampliar a acessibilidade aos testes, na campanha do ano passado a ONG atuou em pontos geográficos distantes, incluindo a Terra do Fogo. E até 2023, para completar a tourada, algumas das localidades onde este serviço é oferecido encontram-se na fronteira norte do país: Jujuy.

Os testes também serão realizados nas províncias de Formosa, Chaco, Corrientes, Misiones, Buenos Aires, Catamarca, Chubut, Córdoba, La Rioja, Río Negro, Santa Fe e Santiago del Estero.

A ideia de reduzir o número de casos com diagnóstico tardio é muito importante para o controle da epidemia e também para o manejo da patologia. “Nas nossas últimas campanhas verificamos que o 46% dos casos positivos eles têm menos de 350 células CD4 por milímetro cúbico de sangue, o que significa que seus sistemas imunológicos já estavam comprometidos. E pior, do total de positivos, 21% tinham menos de 200 contagens de CD4, ou seja, já apresentavam Síndrome de Imunodeficiência Grave.

O diagnóstico a tempo não é uma questão menor. É que há vários anos existe uma série de medicamentos capaz de manter a infecção sob controle por tempo indeterminado, desde que sejam tomadas no devido tempo e forma.

E nesses casos, é possível colaborar para reduzir novas infecções.

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