- Author, Jeremy Bowen
- Role, BBC News
- Reporting from Jerusalém
Forças israelenses parecem estar se concentrando no norte da Faixa de Gaza, em Beit Hanoun, e a partir dali avançando um pouco mais ao sul.
Estou em Sderot, a cidade fronteiriça de Israel com vista para Gaza.
A cidade em si está quase deserta, já que a maioria dos civis partiu ou foi evacuada.
O fogo contínuo de artilharia pesada contra Gaza continua. Perto de onde estou, o exército israelense dispara várias vezes por minuto.
O exército israelense diz estar acelerando o ritmo das operações.
A partir de vídeos que surgiram de Gaza nesta manhã, e pelo que pudemos ver ontem à noite ao longo da zona de fronteira, temos evidências de um bombardeio muito, muito grande.
Mas, com o apagão das comunicações em Gaza, é muito difícil descobrir o que exatamente está acontecendo.
Por exemplo, eu conversei com a ONU, que conseguiu se comunicar com seu escritório principal na região sul por meio de um telefone via satélite.
Mas, como não há comunicação internamente, eles não conseguem falar com os escritórios locais que cuidam das operações de ajuda humanitária – atualmente completamente suspensas – para saber como estão.
Embora o bombardeio esteja muito concentrado no norte, a Faixa de Gaza só tem cerca de 45 quilômetros de comprimento, o que faz com que as explosões possam ser ouvidas a quilômetros de distância e certamente por toda a área.
O exército israelense ainda está na área nesta manhã, provavelmente tentando neutralizar túneis e identificando alvos para ataques da força aérea. Mas tanques podem ficar mais vulneráveis à luz do dia, então eles podem trazer alguns de volta ao lado israelense da fronteira.
Ao que parece até o momento, isso ainda está acontecendo.
Trata-se de uma ofensiva terrestre? Não creio que devamos ficar muito presos a esse tipo de definição.
Quando vimos o contingente militar aumentar e a mobilização de mais de 300.000 reservistas, pensamos que assistiríamos a uma invasão de Gaza por todas as frentes.
Mas eu acho que o que eles podem estar fazendo é “limpar” áreas de Gaza, fatia por fatia.
Pelo tom dos comentários do exército israelense na noite passada, senti que a ênfase era de que continuariam a pressionar e que se tratava de “dar o troco” ao Hamas.
Acho que é possível chamar o que está acontecendo de ataque muito prolongado ou ofensiva terrestre. Certamente é uma operação militar muito grande.
A pressão de Israel no terreno também certamente irá matar civis palestinos.
Quanto mais palestinos morrem, maior é a indignação noutras partes do Oriente Médio, tanto entre países amigos de Israel como nos seus inimigos.
Isso não garante que a guerra se espalhará. Mas aumenta a volatilidade e a incerteza numa região que já é frágil.