O presidente chileno, gabriel boricAceito a renúncia de Marcela Ríos como Ministra da Justiça e Matías Meza Lopehandía, Chefe de Gabinete, em meio a uma forte polêmica sobre os 13 perdões concedidos pelo governante no final de 2022.
“Devido a que houve desordem na execução da minha decisão de conceder indultos e considerando também a necessidade de fortalecer a gestão política do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, decidiu aceitar a renúncia de Marcela Ríos Tobar de tal pasta”, afirmou. Bórico este sabado.
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“Quando na política ocorrem situações dessas características devemos assumir a responsabilidade. Em sua substituição, decidiu nomear o destacado advogado Luis Cordero Vega”, disse o presidente.
A saída de Ríos do gabinete ocorre horas depois que os partidos de oposição e direita Renovación Nacional e Unión Democrata Independiente (UDI) anunciaram a apresentação na segunda-feira, 9 de janeiro, de uma acusação constitucional contra o agora ex-ministro.
O julgamento político ocorre no Congresso Nacional, onde o partido governista não tem maioria.
Os doces e o início do escândalo
A razão desta anunciada acusação constitucional decorre da concessão de 13 perdões presidenciais, em 30 de dezembro, que favoreceu 12 condenados para eventos ocorridos após o chamado surto social iniciado em outubro de 2019.
Além disso, o indulto presidencial chegou a um ex-integrante do grupo armado Manuel Rodríguez Frente Patriótica (FPMR), condenado por assalto a um banco em 2013.
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Os indultos são atribuições do Presidente da República e muitas vezes geraram polêmica, como quando Sebastián Piñera (2010-14 e 2018-22) perdoou condenados por crimes contra a humanidade durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-90).
A polêmica dos doces Bórico Cresceu quando se conhecia a ficha de um dos favorecidos, que já tinha condenações anteriores por roubo com violência e por furto.
A concessão de indultos a condenados por atos praticados durante a revolta social iniciada em 2019 foi uma das promessas de campanha de Boric.
O chamado surto social deixou cerca de trinta mortos, cerca de 400 pessoas com lesões oculares devido à repressão policial e milhares de agentes feridos.
Ríos também foi questionada sobre sua gestão na nomeação do procurador nacional, quais foram os dois primeiros nomes propostos pelo presidente que foram rejeitados pelo Parlamento? Um terceiro candidato para esse cargo deve ser votado nesta segunda-feira, 9 de janeiro.
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A saída de Ríos – a terceira troca ministerial em nove meses de gestão – constitui um obstáculo para o presidente Bóricocujo maior golpe foi a rejeição da proposta de nova Constituição, em 4 de setembro, com a qual seu governo havia se comprometido.
A esta situação somou-se horas depois da demissão do advogado da Convergência Social que era ninguém menos que o Chefe de Gabinete do Boric.
AFP/MCP
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