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Terremoto de 8,2 graus de magnitude causou deslizamentos de terra e ao menos um incêndio

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou estado de emergência em três regiões do norte do país, após o forte terremoto ocorrido na noite de terça-feira.

O terremoto de 8,2 magnitude ocorreu às 20h46 horário local (20h46 em Brasília), durou dois minutos e foi sentido em outros países, como Peru e Bolívia. O tremor sacudiu prédios na capital boliviana, La Paz – a mais de 470 km de Iquique, um das cidades mais atingidas no norte do Chile.

Segundo autoridades, cinco pessoas (quatro homens e uma mulher) morreram e centenas foram evacuadas. Também há relatos de feridos.

Autoridades disseram que entre os mortos estavam vítimas de desabamentos ou ataques do coração.

A TV chilena mostrou imagens de engarrafamentos causados por pessoas querendo deixar as áreas afetadas.

O epicentro do tremor ocorreu no mar, a 89 quilômetros a sudoeste da cidade de Cuya, no norte do Chile.

O terremoto ocorreu a 20 quilômetros de profundidade, de acordo com o serviço de monitoramento geológico dos Estados Unidos.

Tsunami

O alerta de tsunami gerado após o terremoto foi suspenso no sul do país, mas permanece na costa norte, a mais afetada pelo sismo.

Vários países na costa do Oceano Pacífico na América Latina ficaram de sobreaviso sobre um possível maremoto após o tremor 8,2 de magnitude, o mais poderoso nos últimos dois anos no país.

Ondas de até dois metros de altura começaram a chegar à costa do país imediatamente após o terremoto. Nesta quarta-feira, a Indonésia informou que poderia ser atingida por um “pequeno tsunami” gerado a partir do tremor no Chile.

Evacuação no Chile (AFP)

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Governo ordenou evacuação da costa do país

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), no entanto, cancelou o alerta de tsunami emitido para o Chile, Peru e outros países, mas manteve o aviso para o Havaí.

“Com base nos dados disponíveis, não se espera um grande tsunami no Estado (americano) do Havaí. No entanto, o nível do mar se altera e poderia produzir fortes correntes ao longo das costas que poderiam ser perigosas para nadadores e embarcações, assim como para as pessoas que estejam perto do mar”, diz a nota da NOAA.

Evacuação

Na noite de terça-feira, o governo ordenou que as áreas costeiras do norte do país fossem evacuadas por causa de um risco de tsunami.

Outros sete tremores com 5,4 de magnitude foram registrados no norte do Chile após o terremoto principal.

Segundo autoridades do país, a cidade de Arica ficou sem energia, deslizamentos de terra bloquearam estradas e incêndios foram registrados em Iquique.

Cerca de 300 prisioneiras se aproveitaram do terremoto para fugir de uma prisão em Iquique, segundo o ministro do Interior, Rodrigo Penailillo.

Por sua vez, a empresa LAN cancelou voos a Arica e Iquique.

Cinturão de fogo

Situado numa área conhecida como Cinturão de Fogo do Pacífico, onde ocorrem 80% dos terremotos do mundo, o Chile é um país com atividades sísmicas frequentes.

A região já estava em alerta por uma série de terremotos de intensidade média nas últimas semanas.

Em março, uma evacuação já havia sido ordenada depois que um terremoto com 6,4 de magnitude atingiu a mesma região do país, e 100 mil pessoas tiveram que deixar a área.

Em 2010, um terremoto de 8,8 de magnitude foi seguido por um tsunami que gerou grande destruição em várias cidades costeiras do país.

Na ocasião, 524 pessoas morreram e 800 mil ficaram feridas. O tremor causou um prejuízo estimado de US$ 30 bilhões (R$ 68 bilhões).

Em 1960, uma área no sul do país foi atingida por um terremoto de 9,5 de magnitude, o que causou 1.655 mortes e um tsunami que atingiu o Japão e o Havaí.

Infográfico - terremoto Chile (BBC)

Crédito, BBC World Service