o presidente do brasil Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou sua primeira reunião bilateral desde que assumiu a presidência em 1º de janeiro. Aproveitando a viagem à cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que acontecerá nesta terça-feira em Buenos Aires, o presidente se reuniu com Alberto Fernández e deu início a uma nova etapa nas relações do Brasil com a comunidade internacional.
Lula da Silva iniciou seu terceiro e último mandato presidencial em meio a um clima de tensão devido ao assalto a Brasília. Como prometido, ele mal assumiu que tomou medidas que o diferenciavam de seu antecessor, incluindo a volta do brasil ao celac após três anos de ausência. Foi Bolsonaro quem deixou o país do mecanismo regional devido às discrepâncias com os regimes da Venezuela, Nicarágua e Cuba.
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Assim, o líder do Partido dos Trabalhadores deu seu primeiro sinal de pragmatismo considerando que tomou essa decisão antes da sétima cúpula dos 33 chefes de estado do fórum consultivo regional, sediado na Argentina, que ocupa a presidência pro tempore. O valor da visita foi duplo: de um lado, a maior economia da América Latina (e onde vive pouco mais de um terço de seus 600 milhões de habitantes) voltou ao cenário internacional. Por outro lado, dedicou sua primeira visita internacional à Argentina de Fernández, um símbolo animador considerando o quanto a economia argentina está ancorada à brasileira. Conforme definido por um jornalista brasileiro presente no Salão Branco: A ligação entre Brasil e Argentina é como um namoro em que um dos dois está mais apaixonado que o outro, mas continuam juntos.
“Quero que seja um gesto para o Brasil”, explicou Lula da Silva perante a imprensa local e internacional reunida na Casa Rosada. Fê-lo juntamente com Alberto Fernández, a quem mantém uma amizade que remonta a 2019, quando o visitou na prisão. Na primeira fila estava Janja da Silva, esposa e arquiteta da campanha eleitoral do petista. Abraço e menção a Messi, os dirigentes comemoraram a assinatura dos acordos por seus ministros e mostraram Unidoespecialmente em tópicos desconfortáveis, como a presença de Maduro ou críticas ao lawfare.
Lawfare e direitos humanos: a declaração de Lula e Alberto
Com uma declaração conjunta de 82 pontos, os líderes iniciaram a nova etapa do relação bilateral quem tem um “caráter estratégico” que “ambos os países consideram como uma política de Estado com impacto no processo de desenvolvimento econômico e social da região”. Os destaques também incluem o crítica ao direito e o pedido de respeito ao judiciário algo que repercutiu no nível local devido às críticas ao partido governista por promover um julgamento político do STF.
“Eles ratificaram sua convicção de que a democracia, o pluralismo e o respeito aos direitos humanos e às liberdades individuais são fatores de progresso, prosperidade e paz social. Eles destacaram o papel insubstituível que as instituições judiciais têm em seus sistemas constitucionais como garantia dos direitos das pessoas contra perseguições por motivos políticos e legais. Ressaltaram que os sistemas republicanos de governo precisam de instituições judiciais para manter sua independência e imparcialidade diante de interesses econômicos, políticos e midiáticos”, diz o artigo dois da carta.
Nesse sentido, as posições sobre os governos de Nicolás Maduro na venezuela e daniel ortega na Nicarágua, os polêmicos convidados da Celac, devido às investigações contra eles por parte de organismos internacionais por violações de direitos humanos. Também devido às críticas à presença do presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel, outro dos convidados questionados. Essa duplicidade chegou aos ouvidos do presidente argentino em meio a uma coletiva de imprensa nesta tarde, quando ainda não se sabia se o presidente venezuelano chegaria ao país.
Visita de Lula da Silva em 20 fotos: 1º dia de sua volta ao cenário internacional
“A verdade é que a preocupação com a presença do presidente da Venezuela e de Cuba é mais uma preocupação da mídia do que dos membros da Celac (…) e que seus direitos sejam respeitados”, afirmou Fernández a esse respeito. Pouco depois, Maduro garantiu que declinaria sua visita ao país, alegando um plano da “direita fascista” local para atacá-lo.
De sua parte, Lula excluiu: “Acho que devemos deixar tranquilamente que a autodeterminação dos povos seja respeitada em todos os países, assim como sou contra a ocupação territorial russa na Ucrânia, sou contra muitas ingerências em processos na Venezuela”. . “Brasil restabelecerá relações diplomáticas com a Venezuela, com embaixadase vamos restabelecer a relação civilizada entre dois Estados autônomos, livres e independentes, o que eu desejo para o Brasil, desejo para a Venezuela: respeito à minha soberania e respeito à autodeterminação dos povos”, continuou.

a volta do brasil
Os chefes de Estado também deram prioridade à integração regional. Nesse sentido, concordaram em avançar na elaboração de um “Plano de Ação para o Relançamento da Aliança Estratégica Brasil-Argentina”, que será anunciado em junho no Brasil com a presença de Fernández, no marco dos 200 anos da Argentina relações. -Brasileiro.
Além da volta do Brasil à Celac, Lula e Alberto também selaram o relançamento da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), e avançaram nas “melhorias contínuas” do MERCOSUL, bloco regional que sofreu as investidas do uruguaio Lacalle Pou nos últimos anos.
Nesse sentido, defenderam o multilateralismo “como princípio político fundador de qualquer ordem regional e global e se comprometeram a trabalhar juntos para garantir sua validade e garantir que as necessidades, desafios e possibilidades de nossos países sejam aceitos nos fóruns globais”.
CD/ED
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