Depois de três anos e depois de conhecer o condena os oito jogadores de rúgbi pelo crime de Fernando Báez Sosasua mãe, Graça Sosa, declarou: “Senti entusiasmo e paz no coração. Eu sei quem matou meu filho e agora estou um pouco mais tranquilo.” Apesar do conformismo inicial, o pai da vítima anunciou: “isso só está começando. Queremos perpetuar para todos.”
Até a condenação perpétua de Máximo Thompsen, Ciro Pertossi, Enzo Comelli, Matías Benicelli e Luciano Pertossi, por considerá-los coautores criminalmente responsáveis, Silvino estava de acordo com a decisão dos juízes María Claudia Castro, Emiliano Lazzari e Christian Rabaia. Porém, em depoimentos posteriores, o pai de Fernando reclamou da pena de 15 anos de prisão recebida por Ayrton Violaz, Blas Cinalli e Lucas Pertossi, por serem considerados coadjuvantes no crime. “Acho que com os outros três réus eles ficaram aquém da sentença. Fiquei surpreso, esperava 25 (anos) ou prisão perpétua. Os médicos vão apelar e vão para a Cassação”, antecipou.
Sobre o facto, Graciela Sosa disse que “foram oito contra um homem indefeso” e que o seu filho foi atacado “como numa emboscada, atacaram-lhe a pessoa como uma hiena”. A mãe de Fernando acrescentou: “Sempre me lembro da forma como ele foi chutado e o sangue do meu filho aparece na minha cabeça, no sapato, na roupa. Eles sabiam o que estavam fazendo, gostaram de matar meu filho, chamando-o de ‘preto de merda’, que ‘expirou’. Tenho isso muito gravado no coração”.
“Perdoá-los é muito difícil. Tiraram de mim um filho que só tinha ido para se divertir. Meu filho voltou, mas em uma gaveta fechada de onde nunca mais sairá”, disse Graciela, acrescentando: “A ausência de Fernando também é perpétua e nossa dor é perpétua, para sempre”.
Em entrevista coletiva, Silvino expressou: “Acho que eles lembraram de se arrepender tarde demais; Acho que são crianças, não sabiam onde estavam e quando ouviram a sentença, era óbvio que estavam desequilibrados. Não é brincadeira onde eles estão; Como pai, só posso dizer que isso deveria ser visto antes que o assassinato de meu filho acontecesse.” E acrescentou: “Precisamos de um pouco de paz, para recuperar o ânimo porque o que aconteceu não desejo a ninguém; Foi muito difícil porque era o único que usava e ver assim em todos os vídeos é muito difícil”.
“Diria ao meu filho que conseguimos o que queríamos, que era justiça. Estamos satisfeitos com a decisão e Fernando vai levá-la conosco todos os dias”, acrescentou Silvino.
Graciela, que junto com o marido participou de todas as audiências (exceto no dia do laudo pericial), destacou: “Sempre fui uma pessoa religiosa, mas desde o que aconteceu com meu filho me apeguei mais a Deus rezando o terço. Senti que o Fernando do além me ajuda a ser forte e a conseguir lidar com essa dor. É difícil, mas estou aprendendo a conviver com a dor porque a verdade é que estou com muitas saudades do meu filho”.
Ao final, a mãe de Fernando acrescentou: “Com a perda dele, toda aquela alegria que eles usavam nos deixou, muitas coisas como festas, natal, ano novo, dia das mães, que as mães sempre querem ouvir um ‘dia feliz’, um ‘ Eu te amo’ ou receba um abraço. Ou seu aniversário, que ele gostou tanto, que não posso fazer uma panqueca ou dizer ‘parabéns’, mas vamos tentar seguir em frente. À beira das lágrimas e sob aplausos dos presentes, Graciela e o marido encerraram a coletiva de imprensa.
Como vai o caso?
Além de condenar os oito jogadores de rúgbi, os juízes acolheram a proposta da promotoria, chefiada por Juan Manuel Dávila, para apurar se Juan Pedro Guarino e Tomás Colazo cometeram falso testemunho. Recordemos que ambos não foram julgados pelo crime ocorrido em 18 de janeiro de 2020 em Villa Gesell, embora tenham prestado depoimento em uma das audiências.
Por outro lado, os oito condenados retornaram a Melchor Romero esperando que o Serviço Penitenciário de Buenos Aires decidisse sobre seu local de detenção. Se a sentença de hoje for mantida, os três condenados a 15 anos devem ir para uma prisão diferente dos outros cinco. Sendo Máximo Thompsen, Ciro Pertossi, Enzo Comelli, Matías Benicelli e Luciano Pertossi que chegaram das “vagas” do complexo prisional de Campana ou Sierra Chica.
NT/DS/ED
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