Empresas vão usar o chamado “dólar techno” basicamente para pagar salários

Antes de começar a explicar o novo sistema estabelecido pelo governo em relação ao acesso a divisas para as empresas ligadas à Economia do Conhecimento, vale esclarecer Luis GaleazziDiretor Executivo da Argencon que pergunta “não chame de” dólar techno para evitar confusão. “Porque se pensa que negocia como outros tipos de dólares, por exemplo o CCL, porém neste caso não haverá um dólar específico para a área de empresas de tecnologia, mas sim um estímulo para as empresas exportadoras”, disse adicionado. .

Feito o esclarecimento, Galeazzi comentou o novo esquema, embora tenha esclarecido que o texto do DNU ainda não está lá. “Uma empresa do setor terá acesso a divisas estrangeiras livremente disponíveis mais de 30% do aumento das exportações registado em relação ao ano anteriorR. Ou seja, não tem a obrigação de liquidá-lo no dólar oficial”, comentou. Com o que esses dólares não seriam mais fixados no valor da moeda oficial em torno de 140 pesos, mas sim acima dos 280 pesos (aproximadamente) que registraram preços alternativos em dólares.

A revolução silenciosa da economia do conhecimento

Em outra ordem de coisas, o chefe da Argencon lembrou que esses dados de exportação Será medido trimestralmente.

“Cada trimestre será comparado em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. “Outro dado importante é que essa medida não tem prazo, mas vai continuar funcionando, que é uma modalidade que dá um pouco mais de previsibilidade”, ele explicou.

O ritmo das exportações continua

As exportações do Serviços baseados em conhecimento (SBC), atingiu, no segundo trimestre de 2022, 2.060 milhões de dólares, o que representa 22,6% a mais que no mesmo período de 2021 e 19,2% em relação a 2019, conforme informou hoje o Ministério da Economia nos últimos dias

Este foi o quinto aumento anual consecutivo, e “Foi o trimestre com as maiores exportações de SBC da história”, afirmaram da carteira dirigida por Sergio Massa.

Em conversa com a Perfil, Galeazzi explicou que, na visão da Argencon, o crescimento se deu muito mais pelo aumento de preços do que pela quantidade de serviço exportado: “Estamos em uma ordem de crescimento importante impulsionada basicamente pela inflação em dólares. , já que os custos operacionais são maiores, principalmente com salários, o que custava 100 dólares no ano passado agora custa 130”, explicou.

Em relação aos dados fornecidos pelo INDEC, vale lembrar que não se sabe a medida do volume exportado, mas sim o valor. “Não temos esse dado no sistema, mas dá para inferir que o volume até se manteve ou pode ter diminuído, mas houve aumento de preços”, explicou Galeazzi.

Nesta linha de análise, esclareceu que isto “tem muito a ver com a fuga de cérebros, porque as empresas que exportam são as que mais sofrem com a perda de pessoal que vai trabalhar no mercado informal ou com estrangeiros empresas.” , acrescentou.

A grande armadilha do talento que sai do ciclo formal

“Esse ciclo se acelerou”, descreveu o chefe da Argencon e grafou que o que está sendo visto nas empresas é “por um lado, fuga de pessoal e por outro, as mesmas empresas levando muito pessoal para compensar essa fuga. É um mercado aquecido. Há uma torneira aberta”, detalhou.

Outra questão preocupante é o número de trabalhadores de empresas da Economia do Conhecimento que saem do circuito formal e não se reintegram (e que se estima que trabalhem informalmente ou para empresas estrangeiras). “No ano passado, na Argencon, havíamos estimado que 1,8 bilhões de dólares não haviam entrado nas estatísticas oficiais do BCRA. Se pensarmos que as exportações do setor giraram em torno de 6,4 bilhões de dólares, é uma porcentagem impressionante. situação não mudou”, explicou.

O novo regime para promover a Economia do Conhecimento

Em relação à medida tomada pelo Governo Nacional para incentivar as empresas a melhorarem seu ritmo de exportação e beneficiá-las com um percentual de dólares livremente disponíveis, Galeazzi explicou: “É um passo positivo. As empresas precisam de um ‘financiamento’ em dólares para pagar os salários , basicamente. Mas é preciso lembrar que está sujeito ao aumento das exportações. A tabela será diferente para cada empresa e dependendo de cada trimestre”, explicou.

Assim, ele lembrou que é uma condição condicionada ao crescimento das exportações. “Nenhuma empresa tem crescimento linear, com o que isso dificulta a definição de uma política salarial que exija estabilidade. Ter esse acesso ao dólar é bom, mas mesmo assim não resolve todo o problema da fuga de empregos“, afirmou o chefe da Argencon.

Por que o setor de TI é tão atraente além das promessas salariais

E na mesma linha, acrescentou que “até que se mude a fórmula de mais produção do que renda pessoal, o crescimento será limitado”.

Por fim, Galeazzi garantiu à PERFIL que o maior gargalo para as empresas do setor continua sendo a retenção de talentos concorrendo com empresas que pagam em dólares. “A possibilidade de sustentar um volume de crescimento está atrelada à manutenção e crescimento do capital intelectual, que é o coração da atividade”, explicou.

Os 7 destaques dos estímulos ao crescimento da Economia do Conhecimento

  1. Promove investimentos diretos em infraestrutura, bens de capital e capital de giro para a entrada em operação de novos empreendimentos ou expansão de empreendimentos existentes.

  2. É criado o ‘Regime de Promoção de Investimentos para Exportações de Actividades da Economia do Conhecimento’.
  3. Disponibilização de 20% das divisas que entram no país para projetos de investimento estrangeiro direto de mais de 3 milhões de dólares.
  4. Disponibilização de 30% das moedas que entrarem por conta do aumento das vendas externas, para serem aplicados no pagamento da remuneração do pessoal em relação de dependência.
  5. Transferência única do bônus de crédito tributário sobre contribuições patronais, exclusivo para empresas cadastradas que exportam pelo menos 70% do faturamento anual.
  6. As empresas podem aderir ao novo Regime até 30 de junho de 2023.
  7. Eles têm 24 meses para realizar os investimentos (prorrogáveis ​​por até mais 2 anos).

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