gabriel michimembro fundador da FOPEA, descreveu um José Luis Cabezas como “apaixonado pela profissão, carinhoso, engraçado e meio safado quando está com raiva”. Da mesma forma, ele admitiu que o caso paradigmático de fotógrafo mudou de profissão: “Não é preciso passar em grande parte por uma situação semelhante, justamente pela enorme repercussão social e jornalística que havia naquela época”, opinou em Modo Fontevecchiana Net TV e na Rádio Perfil (FM 101,9).

Quantos anos você tinha em 1997?

Ele tinha 28 anos e na manhã de crimequando completou 29 anos, ele estava testemunhando esse fato.

O que você diria a jornalistas com a sua idade naquela época? O que representou seu assassinato no jornalismo argentino?

José Luis Cabezas Foi um grande fotógrafo do ponto de vista artístico e da necessidade imediata de um fotojornalista na rua. Ele tinha uma presença que me impressionava toda vez que o via no trabalho. Ele era apaixonado pela profissãoafetuoso, engraçado e meio safado quando está com raiva.

José Luis Cabezas e Gabriel Michi, horas antes do crime

Ele teve um fim terrível. O crime de José Luis Cabezas foi o pior crime contra a democracia, já que até aquele momento não havia ocorrido um assassinato. Foi uma espécie de ato anacrônico extrapolado da época da ditadura, até pelas características do crime.

Com isso, buscou-se uma mensagem de silenciamento de toda a imprensa, e teve o efeito contrário: buscou-se justiça de todas as formas possíveis.

Esta foi a última noite de Cabezas

Diria às novas gerações que não tiveram de passar por uma situação semelhante em grande parte, precisamente, pela enorme resposta social e jornalística que houve sobre esta questão.

O que mudou você pessoalmente?

Mudei minha perspectiva em relação às responsabilidades que o jornalismo deve ter ao reportar. O fato de fazer parte de uma notícia, de estar do outro lado, me fez enxergar os vícios da nossa profissão: a falta de checagem, a falta de busca de novas fontes, entre outras coisas. Quando um evento como esse passa por você, faz você compensar a forma como abordamos os temas.

Os famosos que fotografaram José Luis Cabezas

Há um grau adicional de responsabilidade com eventos dessas características, que acarretam dor para muitas pessoas. Eu mudo do humano e pessoal. Minha proximidade com a família dele me fez ver que essas tragédias são cotidianas para eles, só vemos como parte do mesmo turbilhão da profissão, seja quando se comemoram aniversários ou acontece algo relacionado a esse assunto.

AO JL

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