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Masoud Pezeshkian, um candidato reformista crítico de várias políticas do governo iraniano, incluindo o uso obrigatório de um farol, enfrentará um favorito conservador no segundo turno das eleições presidenciais do país, anunciou o Ministério do Interior do Irã no sábado. Este segundo turno foi convocado após a morte do líder anterior, Ebrahim Raisi, em um acidente de helicóptero no mês passado.
A eleição decisiva, marcada para 5 de julho, colocará Pezeshkian contra Saeed Jalili, um ex-negociador nuclear ultraconservador. A votação inicial não produziu um vencedor claro, com Pezeshkian obtendo 42,4% dos votos e Jalili 38,6%, de acordo com o Ministério do Interior. O candidato em terceiro lugar, Mohammad Baqer Ghalibaf, o atual presidente do Parlamento, recebeu 13,8% dos votos.
A abstenção foi significativa, com 60% dos eleitores optando por não votar, fato interpretado por muitos analistas como um protesto contra a falta de mudanças significativas no governo. Siamak Ghassemi, economista iraniano, comentou nas redes sociais que a alta taxa de abstenção era uma mensagem clara de insatisfação com o sistema político.
O Irã enfrenta desafios internos e externos, incluindo uma economia enfraquecida por sanções, restrições às liberdades civis e tensões internacionais. A campanha eleitoral foi marcada por debates francos e críticas ao governo, refletindo a insatisfação pública com o status quo.
Os resultados da votação preliminar mostraram uma participação historicamente baixa, menor do que em eleições parlamentares anteriores. A aparência discreta é um golpe para os líderes clericais do Irã, que veem a participação eleitoral como um indicador crucial da legitimidade do governo.
A disputa entre Pezeshkian e Jalili representa dois extremos do espectro político iraniano. Pezeshkian, apoiado pelo ex-presidente reformista Mohammad Khatami, é visto como uma figura aberta a negociações nucleares com o Ocidente. Jalili, por outro lado, é um aliado próximo do aiatolá Ali Khamenei e assume uma posição dura tanto interna quanto externamente.
A possibilidade de um voto conservador se unir em torno de Jalili é incerta. Muitos dos apoiadores de Ghalibaf indicaram anteriormente que não apoiariam Jalili. Essa divisão pode beneficiar Pezeshkian, que está buscando apelar para aqueles que temem uma presidência ultraconservadora.
A campanha de Pezeshkian enfrenta o desafio de mobilizar eleitores desiludidos. Mohammad Mobin, analista do Teerã, destacou a necessidade de estratégias efetivas para aumentar a participação no segundo turno. A percepção de que não há diferença significativa entre os candidatos reformistas e conservadores continua sendo um obstáculo.
Além das questões internas, o Irã está imerso em um contexto regional volátil, com conflitos envolvendo Israel, Hamas e Hezbollah. A política externa do Irã, moldada por líderes linha-dura, é uma área de preocupação para muitos eleitores que acreditam que a diplomacia e o alívio das sanções são essenciais para a recuperação econômica do país.
A eleição presidencial iraniana é supervisionada por um comitê de clérigos e juristas islâmicos, garantindo que todos os candidatos sejam membros do establishment político. O papel do presidente, embora focado em questões domésticas e econômicas, ainda é influente, como demonstrado pelo papel de Hassan Rouhani no acordo nuclear de 2015.
O descontentamento com a repressão governamental e as sanções econômicas é palpável entre os iranianos, especialmente após a morte sob custódia policial de Mahsa Amini em 2022. Todos os candidatos tentaram se distanciar dos métodos repressivos usados para aplicar a lei do hijab, sugerindo um possível abrandamento, mas não revogação, da lei.
A eleição de 5 de julho será um teste crucial para determinar se os iranianos estão dispostos a dar outra chance ao sistema político ou continuarão a expressar sua insatisfação por meio da abstenção.
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