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No mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, descartou novamente o uso de tropas terrestres contra o Estado Islâmico, o Congresso americano aprovou o treinamento de rebeldes sírios para frear o avanço do grupo radical.

Diante de militares em uma base na Flórida, Obama afirmou nesta quarta-feira que os Estados Unidos não se envolveriam em uma “outra guerra em solo no Iraque”.

A declaração foi feita um dia depois de um general do alto escalão do Exército americano ter recomendado o uso de tropas terrestres se os ataques aéreos fracassarem.

Já a Câmara dos Representantes aprovou, por 273 votos a favor e 156 contra, uma emenda que autoriza o Pentágono a armar e treinar rebeldes sírios contra o Estado Islâmico. A decisão agora vai à votação no Senado.

Na semana passada, em pronunciamento na TV, Obama já havia descartado a hipótese do uso de tropas terrestres para combater o grupo radical, que controla grandes partes da Síria e do Iraque. Na mesma ocasião, ele também havia pedido a autorização do Congresso dos EUA para poder treinar e equipar militarmente a oposição síria.

Apesar de não precisar da permissão dos congressistas para uma ação militar, Obama necessita da autorização para treinar e armar os rebeldes.

Ação

Até agora, os Estados Unidos já realizaram 174 ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque desde meados de agosto.

Nos mais recentes ataques, as forças americanas destruíram dois veículos armados do EI a noroeste da cidade de Erbil e algumas unidades ao sudoeste de Bagdá, segundo o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom).

A nova estratégia de Obama prevê ataques similares na Síria e uma coalizão de 40 países para combater o grupo radical.

O Estado Islâmico, um grupo sunita de inspiração jihadista, já controla grandes áreas da Síria e do norte do Iraque. Também possui entre 20 mil e 31 mil combatentes nos dois países, segundo estimativas da CIA, a agência de inteligência americana.

Obama chegou a Tampa na noite de terça-feira, onde fica a sede da Centcom, órgão do governo americano responsável pelo Oriente Média e a Ásia Central.

Após encontros com militares de alto escalão, Obama afirmou que “as forças americanas que foram enviadas ao Iraque não estão envolvidas e não se envolverão em uma missão de combate”.

“Não podemos fazer pelos iraquianos o que eles têm de fazer por si mesmos”, disse o presidente americano.

“Depois de uma década de centenas de tropas combatendo em solo, considero ser mais efetivo usar nossas capacidades únicas como forma de apoio a nossos parceiros de modo que eles possam assegurar o futuro de seus próprios países”.

O presidente americano acrescentou ainda que países parceiros, como França e Reino Unido, que já vêm fazendo sobrevoos de reconhecimento, e a Arábia Saudita aceitaram fazer parte de um programa de treinamento para rebeldes sírios, liderado pelos EUA.

Mas Obama advertiu que “algumas coisas apenas nós podemos fazer”.

“Nossas Forças Armadas são únicas e não tem paralelo no mundo”, disse. “Portanto, quando há um problema grande acontecendo em algum lugar do mundo, isso acaba recaindo sobre os nossos ombros”.