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Seis líderes da oposição venezuelana estão na embaixada argentina em Caracas há 100 dias, enfrentando acusações de terrorismo, conspiração e traição. Cinco deles foram peças-chave na campanha de Edmundo González Urrutia, que começou com o apoio de María Corina Machado, ameaçando o chavismo iniciado por Hugo Chávez há 25 anos.
Entre os acusados estão Magalli Meda, gerente de campanha; Claudia Macero, chefe de comunicações; Pedro Urruchurtu, coordenador de relações internacionais; Omar González, gerente de campanha de Anzoátegui; e Humberto Villalobos, chefe de logística eleitoral. Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, acusado de planejar atos violentos no dia da eleição.
Esses líderes fazem parte do Vente Venezuela, um partido liderado por Machado. Durante a repressão, as autoridades prenderam Henri Alviarez e Dinora Hernández, altos funcionários do partido. Alguns membros da oposição buscaram asilo na embaixada holandesa após as primárias de 22 de outubro, que foram ignoradas pelo governo.
Desde janeiro, a repressão se intensificou. Fernando Martínez Mottola, organizador da Plataforma Unitária, também buscou refúgio na embaixada argentina. Ele participou de um diálogo político mediado pela Noruega, mas o governo Maduro negou-lhe passagem segura.
Tarek William Saab, Procurador-Geral da República, anunciou na televisão as acusações de conspiração, violência e traição contra o presidente Nicolás Maduro. As autoridades nomearam coordenadores regionais do Vente Venezuela em vários estados, totalizando 46 figuras da oposição presas desde o final do ano passado.
Dentro da embaixada, os líderes continuam seu trabalho político sob restrições rígidas, tentando manter suas rotinas sem infringir espaços compartilhados. A defesa jurídica enfrentou dificuldades com acusações de discurso de ódio, traição, conspiração, terrorismo e lavagem de dinheiro. Eles receberam um acordo de salvo-conduto que os proibia de exercer atividade política no exílio e exigia cooperação com a justiça venezuelana.
A campanha eleitoral venezuelana revela grandes contrastes. O presidente Maduro tem recursos, acesso ao espaço público e vantagens legais, dominando a mídia e o discurso público. Em contraste, a oposição depende de iniciativas populares e redes sociais. Apesar dos desafios, González Urrutia lidera as pesquisas sobre intenção de voto, com uma média de 50% contra 26% de Maduro.
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