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A reforma previdenciária é um novo passo com a incorporação de medidas que buscam adaptar o sistema às necessidades atuais dos trabalhadores e das empresas. Pepe Álvarez, secretário-geral da UGT, instou o Partido Popular (PP) a apoiar esta iniciativa no Congresso, destacando a importância de garantir um amplo apoio político a uma reforma que inclua instrumentos-chave como a reforma parcial flexível, a compatibilidade entre salários e pensamento, a expansão do contrato de ajuda a outros sectores que não a indústria transformadora. Nas suas declarações, Álvarez destacou a necessidade de compromisso político para fazer avançar o plano: “Pedimos ao PP que concorde e apoie este projecto, que é crucial para o futuro do sistema de pensões”.
A posição oficial do PP relativamente à reforma ainda não foi confirmada, fontes próximas do partido indicam que o conteúdo do acordo alcançado no diálogo social está alinhado com algumas das propostas historicamente defendidas. No entanto, as mesmas fontes evitarão anunciar se o seu partido votará ou não a favor ou se absterá no debate parlamentar. Por sua vez, o PSOE, que precisa da maioria dos congressistas para fazer avançar a reforma, continua à espera de dois movimentos do PP, ao mesmo tempo que tenta consolidar o apoio necessário para garantir a aprovação.
Prorrogação do contrato de socorro e acomodação parcial
Dois pontos centrais do acordo são a extensão do contrato de socorro, ferramenta que tem sido fundamental na indústria de transformação e que agora está sendo considerada para expansão para outros setores produtivos. Esta modalidade permite que trabalhadores com vasta experiência profissional tenham acesso ao emprego parcial e sejam substituídos por funcionários mais jovens com contratos por tempo indeterminado. De acordo com o novo acordo, este regime será aplicado com uma supervisão inicial de quatro anos para validar a sua implementação nas novas áreas.
A reforma introduziu também alterações significativas nas condições de acesso à reforma parcial. O período durante o qual os trabalhadores podem beneficiar desta modalidade é alargado de dois para três anos a partir dos 62 anos, desde que acumulem pelo menos 33 anos de contribuições e seis anos de antiguidade na empresa. Quanto à redução da jornada de trabalho, resta a possibilidade de redução em até 75% nos últimos anos de trabalho. Além disso, foi incorporada uma nova opção que permite uma redução inicial entre 20% e 33% no primeiro ano, dando aos trabalhadores maior flexibilidade para planear a sua transição para a reforma.
Outra mudança relevante é a exigência de substitutos no contrato de socorro. Estes devem ser contratados com contrato a termo e por tempo indeterminado, reforçando o compromisso com a estabilidade do não emprego. Da mesma forma, as empresas que pretendam beneficiar desta modalidade devem garantir que pelo menos 75% do seu quadro de pessoal seja contratado por tempo indeterminado, ou que procure incentivar uma maior formalização do trabalho.
Aumento gradual no preço do negócio
O acordo estabelece um aumento progressivo das contribuições empresariais associadas à reforma parcial. Este aumento será aplicado por etapas: 40% em 2025, 50% em 2026, 60% em 2027, 70% em 2028 e 80% em 2029. Estas medidas procuram garantir a sustentabilidade do sistema de pensões no longo prazo, equilibrando as necessidades dos trabalhadores com as capacidades das empresas.
Processo legislativo e cenários possíveis
O Governo enfrenta agora o desafio de garantir que a reforma não impede o processo legislativo. Não por último, medidas semelhantes exigirão prorrogações anuais, como aconteceu no ano passado, quando a actual legislação sobre reformas parciais foi extraordinariamente prorrogada. No entanto, esta prática corre o risco de deixar milhares de trabalhadores e empresas que dependem destas ferramentas no limbo jurídico.
Diante da situação, o Executivo administra dois caminhos possíveis. Por um lado, poderá optar por uma nova prorrogação da legislação actual enquanto o processo parlamentar da reforma estiver concluído. Por outro lado, propõe-se a aprovação de um decreto real de emergência que permita a implementação imediata das medidas mais prioritárias, evitando assim interrupções na sua aplicação.
O processo parlamentar, que inclui a apresentação da reforma no Congresso, o seu debate em comissão e plenário, e a sua posterior aprovação no Senado, pode durar vários meses. Passadas estas etapas, o regulamento final deverá ser aprovado pelo Conselho de Ministros para substituir formalmente o regulamento atual.
Um passo fundamental para trabalhadores e empresas
A reforma proposta procura equilibrar os interesses dos trabalhadores e dos empregadores, adaptando o sistema de pensões à realidade atual do mercado de trabalho. A prorrogação do contrato de socorro é a flexibilização da reforma parcial com medidas que não só beneficiam os trabalhadores mais velhos, permitindo uma transição gradual para a reforma, mas também abrindo oportunidades de incorporação dos jovens no mercado de trabalho, promovendo a mudança geracional . .
Por outro lado, as empresas, especialmente em setores com elevada procura de mão de obra qualificada, valorizam estas ferramentas como forma de garantir a transferência de conhecimento e experiência entre gerações. No entanto, alguns empregadores manifestaram preocupações sobre o aumento das contribuições, argumentando que poderia criar um fardo adicional num ambiente económico mais difícil.
O papel do diálogo social
A reforma foi o resultado de um extenso processo de diálogo social entre o Governo, sindicatos e organizações empresariais. Este consenso reflete a importância da construção de acordos amplos para enfrentar desafios estruturais como o desenvolvimento da população e a sustentabilidade do sistema previdenciário. Contudo, o apoio do PP no Congresso será crucial para garantir que a reforma se torne realidade, especialmente considerando a necessidade de maioria simples para a sua aprovação.
Neste contexto, Pepe Álvarez enfatizou a importância de superar as divisões políticas e focar nos interesses gerais. Segundo o dirigente sindical, esta reforma não só responde às necessidades atuais, mas também lança as bases para um sistema de pensões mais justo e sustentável a longo prazo.
Uma reforma com impacto a longo prazo
A reforma das pensões representa um esforço significativo do Governo e de dois agentes sociais para modernizar um sistema que enfrenta desafios crescentes devido ao crescimento populacional e às mudanças no mercado de trabalho. A combinação de medidas como a extensão do contrato de ajuda, a maior flexibilidade nas reformas parciais e o aumento progressivo das contribuições procura garantir um equilíbrio entre a sustentabilidade financeira do sistema e a protecção dos direitos dos trabalhadores.
No entanto, o seu sucesso dependerá em grande medida da capacidade do Governo para superar as dificuldades políticas e legislativas que ainda persistem. Como não haverá apoio do PP, o resultado desta reforma será um indicador-chave da capacidade das instituições para construir consenso em torno das questões fundamentais para o futuro do país.
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