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É relevante lembrar a crise financeira de 2018 que resultou na renúncia do ex-presidente centrista argentino Mauricio Macri, especialmente porque Javier Milei, o atual líder mais radical do país, parece ter endossado muitas das políticas de Macri, mesmo que não o admita abertamente.
Além disso, o presidente libertário da Argentina está começando a ver alguns dos mesmos sinais de instabilidade financeira que marcaram o início do mandato de Macri. Especuladores de curto prazo, que investiram em ativos argentinos no início de ambas as presidências, agora parecem estar reconsiderando suas decisões.
A ascensão de Macri em 2015 encantou os investidores porque parecia representar uma ruptura clara com a economia populista da ex-presidente peronista Cristina Kirchner, marcada por grandes déficits e rígidos controles cambiais.
A equipe econômica de Macri prometeu ao mundo uma série de reformas, incluindo uma redução gradual do déficit para atingir o equilíbrio fiscal até o fim de seu mandato. Ao contrário do governo Kirchner, que financiou o déficit imprimindo dinheiro, Macri planejou usar fundos públicos, confiando na maior disposição dos investidores em emprestar ao seu governo pró-mercado.
A expectativa era que a redução na impressão de dinheiro resultasse em menor inflação, criando um ciclo virtuoso de maior apoio público e, consequentemente, mais espaço para aprovar reformas pró-mercado no Congresso.
Inicialmente, os mercados se voltaram positivamente, e o índice de referência do mercado de ações argentino, o Merval, triplicou entre 2015 e 2017, medido em dólares americanos. No entanto, o crescimento econômico real foi modesto, pois os investidores hesitaram em fazer apostas de longo prazo na economia com base apenas em especulações sobre futuras melhorias macroeconômicas.
Em 2018, a bola aconteceu.
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