o 2023 será difícil navegar se a inflação continuar nesses níveis. O que temos certeza é que este ano eleitoral trará muita volatilidade aos mercados. Com a nova medida de Sergio Massa, a expectativa é que o câmbio caia e se estabilize, ou pelo menos é o que sugere a medida, que busca “melhorar o perfil da dívida em dólares”.

Que alternativas de investimento estão disponíveis para nós? Passar na peneira e filtrar o mais interessante:

alternativas em pesos

  • Notas de desconto: São títulos emitidos pelo Tesouro Nacional para financiar gastos, com prazo inferior a um ano. Rendem entre 70 e 83% de TNA, dependendo do prazo. Tendo em conta o risco de uma troca ou reperfilagem, esta tarifa não paga demasiado prémio em relação a prazos fixos (que paga 75%). Mas a vantagem sobre eles é a liquidez, pois podem ser vendidos quando desejado. Eles também não eram muito atraentes, já que mal superavam a inflação.
  • Letras ajustadas pelo CER: São emitidos pelo Tesouro, também com prazo inferior a um ano. Diferentemente dos anteriores, o capital e os juros pelo coeficiente da RCE, que incorpora a inflação. Ou seja, o investidor está protegido contra a perda de poder de compra por conta da inflação. Atualmente eles pagam um prêmio acima da inflação entre 5 e 7% ao ano. Eles têm liquidez no mercado secundário.
  • Locais fixos UVA: São colocações a prazo que pagam juros anuais de 1% acima da inflação. O capital é ajustado pelo índice UVA, divulgado pelo BCRA. Temos certeza das cobranças e são de 90 dias. O risco soberano é evitado, mas a liquidez é perdida.

Alternativas de investimento em pesos e dólares.

  • Fundos mútuos: são um patrimônio formado por contribuições de pessoas com objetivos de rentabilidade e perfis de risco semelhantes. São geridos por profissionais, que buscam o maior retorno, investindo em diversos instrumentos (obrigações, ações, ONs, prazos fixos, dependendo do objetivo do fundo, que é conhecido antecipadamente e pode ser consultado no que se chama de factsheet. Possuem liquidez imediatamente a 48 horas e não há certeza do retorno que será obtido pois depende do valor de resgate.São muitas opções que vão desde o mercado monetário, passando por renda fixa privada, renda fixa soberana, até ações argentinas.

A ‘Mervaleta’ emociona, mas assusta 2023

alternativas ao dólar

  • nota de dólar: pode ser comprado e acumulado em moedas estrangeiras, sem juros. A compra pode ser feita sem limites ou impostos por meio da compra e venda de ativos que estejam listados na bolsa de valores, respeitando o estacionamento. É o que se chama de dólar MEP (ou CCL quando compramos dólares de cabo para transferir para o exterior).

Alternativas de investimento em pesos e dólares.

  • Fundos mútuos: A oferta é ampla e vai desde títulos corporativos em dólares até renda fixa de países latino-americanos. A maioria tem liquidez 48 horas. A rentabilidade não é conhecida antecipadamente, pois depende do valor de saída.

Alternativas de investimento em pesos e dólares.

  • Obrigações negociáveis: São títulos de dívida emitidos por empresas que necessitam de financiamento. Em troca, oferecemos juros. No momento da emissão, são especificados o valor, a moeda, a taxa de juros que incidirá (fixa ou variável), a forma e a data de pagamento. Antes de investir, você já sabe os juros que receberá.

A resposta à pergunta, dólares ou pesos? O mesmo investidor tem e depende de suas expectativas em relação à evolução da inflação e da taxa de câmbio.

O que vemos?

  • MEP vs gap azul alto

  • Diferença MEP vs oficial bastante baixa.
  • Intervenções do governo que vão se aprofundar: Massa anunciou que vai instar o BCRA a comprar títulos em dólares por US$ 1 bilhão. Nós teremos que ver Como isso afeta os preços dos títulos e MEP? Devemos se as compras forem moderadas e graduais ou abruptas. Seja qual for o caso, o dólar das ações vai parar de subir. Não está claro como o fará, nem quantidades, nem tempos. A medida gera muita incerteza e levanta algumas suspeitas sobre o momento em que são anunciadas.

Como ler o anúncio de recompensa da dívida?

É impressionante que este anúncio ocorra após um tremendo comício ocorrido nos últimos dias, principalmente na segunda-feira, sem mercado de referência por ser feriado nos EUA.

Também chama a atenção que isso esteja sendo feito agora e não meses atrás, quando as paridades eram de 25%. Parece apenas uma medida para conter o dólar, e não para melhorar o perfil da dívida soberana.

Com que será financiado num contexto em que não há dólares e vivemos uma tremenda seca? Também não foi esclarecido.

* SDS, Consultores Financeiros

você pode gostar