O produtor agrícola Eduardo Buzzi acredita que o protesto dos produtores é totalmente justificado pela falta de respostas do Governo. “Muitas vezes tentei falar com Sergio Massa e Alberto Fernández, mas eles não ligam nem atendem o telefone”, disse ele em Modo Fontevecchiana Net TV e na Rádio Perfil (FM 101,9).

Como você vê esse novo capítulo entre o campo e o governo?

PARA Carlos Achetoni Desejei a ele toda força e ânimo, nesta segunda estive com ele e com ele Comitê Executivo da federação agrária quem está tendo a iniciativa de convocar a assembléia esta manhã.

Isso é absolutamente justificado Assembleiaé necessário. Eles estão certos em estar na estrada.

As causas são antigas e eles nunca foram resultados. Sempre maltratando os produtores agrícolas, principalmente os menores e mais fracos.

No ano de 75 já havia empecilhos na relação campo-governo, em 2008 foi o expressão adicional de intenção de confisco autoritário.

Por que você acha que ocorre essa situação, além do atual governo?

Porque tomam o setor primário como fornecedor para esconder o ineficiência do setor que decide, que, em vários dos itens, é o setor industrial.

Eles capturam lucratividade do primário para passar para o setor secundário e depois para a administração pública. As rendas são captadas como se fossem inesgotáveis, e como se os protagonistas fossem todos iguais, este é o principal problema.

Que eles peguem parte da renda e repassem para a sociedade em uma situação de crise, como em 2002, pode ser entendido, mas quem é diferente não pode ser tratado da mesma forma.

Vêm-me à cabeça imagens horrendas que não quero repetir… Os pequenos e médios produtores podem ser “exterminados”? As semeadoras que se formam na cidade de Buenos Aires podem ser tratadas da mesma forma que os fundos de investimento que alugam, plantam grãos e fazem negócios financeiros?

O conflito com o campo volta | Modo Fontevecchia

Estamos em um ponto em que, se continuarmos assim, o modelo de desenvolvimento agrícola que nasceu em 1880 na Argentina estará extinto em 2030.

Pequenos e médios produtores estão sendo trocados por uma grande deserto verde em que nem os pássaros andam. É tudo soja nas mãos de alguns grandes atores.

São seiscentos municípios com menos de dois mil habitantes à beira do desaparecimento. Acrescente a isso uma seca feroz, como nunca se viu, três anos consecutivos, fato muito estranho que nós, produtores, estamos realizando. este governo se vangloria de ser peronista mas nunca ligou para discutir o seguro multirriscos para proteger pequenos e médios produtores.

Em 2002 lançamos uma lei de proteção à agricultura familiar e ainda não está ativo20 anos se passaram e, deles, 16 anos foram de governos peronistas. Eu simpatizo com o peronismoNão nego minha condição de pais peronistas, mas o que eles estão fazendo é errado.

Quando grava a Cristina Kirchner falando que a soja era aquele yuyito que saía no meio do campo. O que você sentiu?

A mesma raiva daquele 2008. Não pode desqualificar uma cultura que apresentou desenvolvimento. Mas o que não se pode afirmar é que é a única cultura, monocultura e única estratégia produtiva que um país possui.

Ele campo deve ser diversificado e de família básicaCom mais vacas, com mais fazendas, com mais valor agregado, não podemos ser só soja.

O sentimento em relação à atual gestão

Alexandre Gomel (AG): A gestão do atual governo o decepcionou?

me decepcionei com o governoEu tinha expectativas.

Eu tinha a expectativa de que a chegada de uma experiência que viesse substituir o desarmamento que o macrismo havia feito fosse de uma ideia produtivista, desenvolvimentista, moderada, dialogista. Convocar, fazer um conselho econômico e social, criar bases para um governo produtivista, e aqui o que temos é um inflação descontrolada.

Certamente há causas externas como a pandemia e a guerra, mas, entretanto, não existia o apelo a um grande acordo nacional, a grandeza que era necessária para isso.

Eles têm que pensar no povo, aí no segundo semestre eles vão a campo buscar os votos, mas neste primeiro semestre devemos resolver o problema inflacionárioé preciso um grande acordo de preços e salários, e pensar no interior produtivo.

Tudo o que vai entrar em crise depois dessa seca vai significar a necessidade de conter as pessoas e reativar economicamente. Devemos parar de extinguir produtores agrícolas e acumular no Grande Buenos Aires. A cem quilômetros do obelisco vivem quinze milhões de pessoas, este é um país inviável.

Muitas vezes tenta falar com sérgio masa e Alberto Fernándezmas eles não te convocam eles não atendem o telefone.

AG: Massa está na Economia há sete meses e sempre diz que pede diálogo. E essa gestão?

Eles convocam, mas é tudo cosmético.

A Lei de Emergência Agropecuária é inútil. O que tem que ter é um seguro multirriscos que serve para conter os pequenos e médios produtores. A seca que assola o país é muito grave e não existem ferramentas reais para combatê-la.

Achetoni: “Dada a impossibilidade de rentabilidade, os produtores desapareceram”

fernando meanos: O que o campo pode almejar obter hoje como solução do Governo?

A primeira é política. Quando mandam os dirigentes falarem com os secretários, já estão baixando o preço da representatividade e do problema.

medidas concretas São, por exemplo, a emissão de um título especial para que o produtor possa trocar com os bancos aos quais, os cerealicultores, cooperativas, fornecedores, empresas de insumos aos quais deve.

O Federação Agrária do Sul de Santa Fé propõe que eles devolvam o retenções, Daqui uns dois anos, até 1.000 toneladas, para que esse produtor se financie e a partir daí pague seus credores.

O outro cenário é parar de pagar, vender ativos e desaparecer como produtores.

Você tem que ligar para um anúncio ampla para ver como pode ser enfrentado o problema que o Interior do país vai ter, e incluir também os governadores, que não devem agir distraídos.

Que expectativas gera o ano eleitoral?

Há desconforto com o governo e desconfiança com a principal oposição, que não oferece clareza. Não há alternativa superior para a gestão que está governando neste momento, há muito clima de que podem ser objeto do voto de punição.

a incerteza reinaA política deve ter a grandeza de oferecer opções onde as pessoas reencontrem a esperança.

Existe algum candidato que os represente?

Neste momento, para mim ninguém me representa.

BL FM

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