A holding italiana Noque anunciou que venderia os ativos da empresa Edesur no país, espera poder reunir em torno US$ 300 milhões em caso de venda Edesur e duas usinas termelétricas: Waterfront e Dock Sud.

É uma quantia pequena que poderia depreciar ainda mais: o preço das empresas na Argentina está caindo em patamares não vistos desde 2001. A Edenor, que valia US$ 5 bilhões em 2018, foi vendida por US$ 100 milhões, ou seja, menos de 5% do que negociava há 4 anos.

Há algumas semanas, o CEO da Enel, francesco starace, explicou durante um painel sobre questões energéticas realizado na Harvard Business School os motivos da saída do país com uma forte mensagem: “Eles têm a regulamentação mais bizarra do mundo”. “Isso não pode ser feito assim”, reclamou.

O congelamento de tarifas marcou esse caminho: depois do ex-ministro da Economia, Martin Guzmantentou, sem sucesso, reduzir os subsídios às tarifas de eletricidade, o novo ministro sérgio masa parece estar finalmente fazendo o trabalho. O orçamento votado para 2023 inclui redução de subsídios, o que implicaria aumento de contas: algo que poderia funcionar como um incentivo para o futuro dono da Edesur.

A saída da Enel do país ocorre em um contexto de conflito com o governo, que multou a Edesur em US$ 1.000 milhões devido a interrupções de energia que afetaram milhares de usuários no AMBA, em meio a uma forte onda de calor que atingiu o país nos últimos dias. Mesmo da administração nacional não descartam avançar com mais medidas, desde intervir na empresa sem afetar o capital, até à sua expropriação.

A voz do governo gabriela cerrutti, afirmou em conferência que a expropriação é “uma possibilidade entre várias para agir”. Por sua vez, a Secretaria Nacional de Energia, Flávia RoyonEle expressou que “não tremerá o pulso para rescindir o contrato de concessão com a Edesur”.

O titular do banco do PRO Front Christian ritondo, e outros deputados do bloco, pediram ao governo nacional informações detalhadas sobre o funcionamento da empresa EDESUR, após os apagões. Entre os dados exigidos pelo deputado estão os detalhes dos cortes, em que locais ocorrem, o número de usuários afetados, as causas e responsabilidades de cada um. “A ineficiência e o descontrole do Estado em relação à empresa não podem ser substituídos por declarações como as do governo nacional, sustentando que era necessário revogar a concessão à EDESUR e que a empresa deveria ser gerida pelo Estado. Essa não é a solução”, lê-se no pedido de informação.

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