Os salários, formais e informais, não foram os únicos rendimentos que perderam em relação à inflação em 2022. As ajudas de custo não foram suficientes para cobrir as necessidades básicas, calculadas pela média da cesta básica (CBA) e da cesta básica total (CBT), que também foram localizado acima do IPC geral durante o ano passado.

As demandas estão esquentando com o aumento da inflação de alimentos e nesta semana os piqueteros durões voltarão às ruas.

Segundo relatório da consultoria Ecolatina, o Auxílio-Filho Universal (AUH) não cobrirá o CBA equivalente a um filho durante o ano de 2022. Aqui vale ressaltar que no único mês em que a evolução do AUH ficou acima do custo de o CBA foi em dezembro, quando foi anunciado um bônus para os beneficiários da proposta.

O custo dos artigos das cestas básicas subiu no ano passado acima da inflação em 100,3% o CBT, que marca a linha de pobreza, e em 103,8% o CBA, que situa o limiar da indigência, atualizado pelo INDEC. “Embora esse comportamento tenha sido a norma durante os últimos cinco anos, 2018-2022, a diferença aumentou como resultado da aceleração inflacionária. Para o período 2016-2017, a AUH conseguiu cobrir toda a cesta, enquanto de 2018-2019 cobriu apenas mais de 80%”, disse o documento da Ecolatina.

E acrescentou: “este valor atingiu uma média de 70% entre 2020-2021 e ao longo de 2022 a deterioração acabou por se consolidar: começou o primeiro trimestre a cobrir mais de 70% do cabaz alimentar, mas mês a mês foi diminuindo até chegar a um piso de 58% em novembro de 2022”. Além disso, dois Salários Mínimos Vitais e Móveis e duas AUH também não conseguiram cobrir o cabaz familiar total no ano anterior.

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