É sobre esporte e treinamento mas, sobretudo, do conexão com o mar. o surf, uma disciplina que ganhou popularidade nos últimos anos entre muitas mulheres, oferece uma forma única de contato com a natureza. “Nossa hashtag é #mujeresalmar e há algo nessa troca de energia que se gera quando entramos na água que não só é bom experimentar, mas também fazê-lo conscientemente”, ilustra Pía Neira, sócia da viagens de surf, um dos empreendimentos pioneiros de surf trips para mulheres. A conexão na mesma busca é outro dos pontos fortes por trás do grande movimento das meninas que se jogam na água.

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Nascido em 2017 por Pía Neira e Dolores Lanusse, a treinadora desta dupla, Dela começou a seguir a ideia de outros viagens de surf para mulheres que foram feitos no mundo, mas que ainda não eram amplamente vistos na Argentina. Aliás, Pía ia a um quando mencionou a ideia a Dolores e, numa conversa de praia, decidiu iniciar a empreitada. A primeira viagem foi para Florianópolis e hoje também vão para Búzios e Máncora e fazem versões mais curtas para chapad malal, onde ambos residem. Em seus roteiros ministram aulas pela manhã, bem cedinho, com feedback da prática via video coaching para polimento da técnica; uma dieta fresca e saudável e aulas de ioga. O seu público é extremamente diversificado, desde os 18 aos mais de 50 anos, com ou sem filhos, mas sempre unidos pelo denominador comum de serem mulheres curiosas que “dedicam tempo às suas preocupações e aos seus próprios desejos”.

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É que embora o surf tenha ganhado muita visibilidade nos últimos anos (tornando-se esporte olímpico foi uma das chaves), a ascensão desse tipo de viagem feminina também tem a ver com a tendência de tirar um tempo pessoal para explorar. “Acho que o surf chama a atenção não só pela diversão, mas porque é tudo um estilo de vida. É um espaço super nutritivo para uma mulher que busca uma conexão que contenha o mesmo ou uma nova experiência”, diz Neira, que acrescenta que envolve um grande aprendizado sobre tolerância à frustração e cobranças pessoais. “Muitos dizem que é como um meditação em movimento, porque você não pode fazer nada além de estar naquele momento. Por isso colabora muito com situações de ansiedade ou estresse”, descreve.

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Dessa mesma busca nasceu Surferas Argentinas, empreendimento de Moira Gil, que há quatro anos, após ter seu filho, sentiu uma necessidade muito forte de voltar para si mesma. “Senti que tinha dado tudo e precisava de uma reconexão”, lembra ele. E enquanto caminhava com o carrinho pelas ruas de Mar del Plata, se deparou com o mar e lembrou de sua essência: passou seus últimos 10 anos morando nos Estados Unidos e à frente de uma escola de surf com a qual surfavam. retiros e yoga para mulheres “Publiquei uma chamada no Facebook e foi assim que começaram as rodadas”, diz Gil. Entre amigos surfistas e outros profissionais formaram uma equipa para se oferecerem para experimentar o surf “pelos olhos de uma mulher”.

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Implicando? Isso se integra com outras atividades que o complementam para um bem-estar geral, como ioga e meditação com voz e sons. Baseia-se também num incentivo mútuo e grupal. “Na volta que fazemos e nos caracterizamos, nos olhamos nos olhos e nos reconhecemos como iguais. Não competimos nem comparamos, nos fortalecemos”. Eles realizam aulas especiais de três horas, retiros e viagens para diferentes partes do país e em 2023 também planejam um no exterior. Além disso, acrescentaram aulas para crianças e toda a família e em fevereiro realizarão o quarto festival dia de surf surfistas femininascom clínicas gratuitas para mulheres, aulas de iogamúsica e arte e um café da manhã saudável.

em mesas

Ganesha Yoga e Viagem de Surf é mais um empreendimento que une o amor pela prancha e pela água com a prática do yoga, agregando também uma alimentação saudável para gerar um estilo de vida completo. Uma forma de vida que foi a das suas criadoras, Carolina Moreno e Loly Gómez Romero, e que quiseram partilhar com o mundo. “Primeiro foi com amigos e conhecidos, com o tempo foi crescendo e ficando maior e mais inclusivo. Hoje fazemos entre 10 e 12 viagens por ano com cerca de 20 pessoas cada”, ilustram os sócios. De março a dezembro, sua proposta é de 7 dias no Brasil com hospedagem a poucos metros do mar e com refeições, transfers, aulas de surf e práticas de yoga todos os dias. Eles também costumam incluir atividades como passeios em “remar em pé”banhos em cachoeiras e trekking para praias desertasbem como conselhos sobre alimentação consciente e estilo de vida saudável, para que os viajantes possam voltar para casa e continuar incorporando hábitos que melhorem sua saúde.

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“O surf e o yoga são disciplinas que nos ajudam a conhecer-nos melhor, a desafiar-nos e a ultrapassar as dificuldades. O que aprendemos no mar depois é incorporado ao cotidiano”, ilustra Carolina. É por isso que a sua proposta tem vindo a expandir-se e hoje recebemos tanto raparigas na faixa dos 20 anos como homens com mais de 60 anos, sozinhos, em grupo ou em casal, mas sempre com espírito aventureiro. “São geradas muitas amizades que depois transcendem a viagem e sempre voltam”, conta a dupla.

O “stand up paddle”, conhecido popularmente como SUP, é outra disciplina que reúne muitas mulheres em sua prática. Há 10 anos, Lorena Barbero, tricampeã deste esporte em todas as disciplinas e professora de Pilates, está à frente do Chicas al Agua, empreendimento de Mar del Plata que oferece aulas para todas as idades e que, embora tenha nascido com o foco feminino também recebe homens e crianças. Com um mar particularmente calmo, a escola está localizada na praia de Las Toscas, embora Lorena indique que qualquer corpo de água é válido para a prática deste esporte.

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“Foi criada uma comunidade de mulheres, todas trabalhamos e temos outras profissões, mas procuramos o mar como desporto, como hobby, como saúde, como bem-estar, para nos sentirmos bem”, resume Barbero.

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